O sufixo "ismo", para variar, vem de origem grega e exprime a idéia de, neste caso, um fenômeno liguístico. O Xuruetismo surgiu da Xurueta, que surgiu da XanXan. Explico: Há "long time ago", meu irmão mais novo vulgarmente conhecido com Pirica, um nômade estudante de ciências agrárias e morador das repúblicas com os mais estranhos nomes (pelo que eu sei, a última batizava-se como o nome "se eu trepo cê mia") adquiriu uma pit-bull fêmea na cidade de Garça-SP (antes de bandear-se para Marília-SP e continuar sua saga universitária) com a brilhante idéia de criá-la como uma donzela "pintcher" dócil, carinhosa e cuidadosa. Brilhante idéia!!! tão brilhante que conseguiu o feito. A pit-bull é uma senhorita educada, dá a pata, deita, pede licença, não peida em público, brinca, come e defeca (e como..) no lugar certo, na hora certa, enfim, contraria qualquer psicologia "pit-boyiana carioca" de criação e comportamento. Só não foi tão brilhante na escolha do nome, eleita em uma festa com 12 ou 13 camaradas republicanos (entorpecidos pelo álcool a mais de 18 horas) no sistema de voto direto: Resultado, esmagador: XANA. Isso mesmo, XANA. Xana, então, passou a morar com os "cumpanheiro" de república de Pirica e num belo feriado em visita a "sede dos carvalhos" em Catanduva-SP, Pirica apresentou-a ao meu pai, como se fosse a primeira namorada: "Pai, Xana - Xana, Paí". Resultado 2: pegou amor no cão, paixão a primeira vista!! Tanto que Xana, nunca mais saiu de casa, não virou nômade. Xana cresceu. Virou mocinha. Veio o primeiro cio. Mas não cruzou. Primeiro porque nesses cães, o segundo cio sempre dá a melhor cria, por razões que desconheço. Segundo que, Pirica, meu Pai, Papau (outro irmão/do meio) e eu, estávamos tomados por um sentimento de quando a filha vira pro pai e diz ... "pai, transei, não sou mais virgem".... Como em casa sempre prezamos pela qualidade de vida da Xana, levávamos ela pra Chácara em dias de Churrasco e deixávamos a Xana solta..... e "xana solta" é um perigo. Descuidamos da data, não percebemos o segundo cio aflorando: Resultado 3: Xana me aparece com um vira-lata "travado em seu nome", de ponta cabeça, sendo arrastado pelo chão, devido a notória desproporcionalidade do casal. 11 monstros nasceram daquele relacionamento. Todos doados. Terceiro cio chega, e após todos os cuidados com a Xana, finalmete, Pirica consegue um cão de raça a altura para mandar bala, literalmente, na Xana. Incrível o espetáculo de procriação canina. Aquele sentimento de "pai, transei, não sou mais virgem" retornou.... (foi superado após 1 litro de pinga) 9 pit-bulls nasceram, sendo 7 fêmeas. No mesmo dia, foram convocadas novas eleições diretas para escolha dos nomes. Apenas 5 caixas de brahma e 4 kilos de carne foram necessários para a campanha. Nasciam: Tcheca, Buça, Xota, Guida (de perseguida), Thavasca, Bráulio e Cetão (de cacete) e como de regra, o dono da fêmea escolhe a melhor metade da criação . Pirica resolveu ficar com uma só, a Xota, devido ao espaço que a nova moradora iria ocupar em casa. Os nomes foram um sucesso. Caíram no gosto popular e diariamente havia visitas em casa para ver a criação e melhor, comprar os “mini-touros”. Houve um dia em que eu fazia o atendimento a um dos compradores em potencial e o “meliante” queria ver a progenitora ( estranho.. com tantos nomes ele se interessou pelo “Bráulio”... ), a bendita que deu a luz. Como Xana estava no quintal, juntamente com minha mãe, gritei: “Mãe, corre aqui mostrar a Xana, por favor”. Pronto!! Resultado 4: Sermão da Montanha. Acatei com razão as 2:34:51” de palavras maternais acerca de educação e “você não é mais criança” e paguei a penitência que me fora dada: mudar o nome das cachorras. (Nota: somente eu acatei a decisão. Xana , Xota e os demais animais, são municipalmente conhecidos, pois tiveram lavrados em pedigree seus nomes). Não fiquei tão puto como meus irmãos a mudar o nome da Xana e da Xota, pois acho constrangedor quando uma criança ou senhora de idade indagam sobre. Por isso, quando estão comigo são XanXan e Xurueta. Sempre dei mais atenção a Xota, opa... Xurueta... não sei a razão. Ela não puxou a mãe... não é uma senhorita educada, não dá a pata, não deita, não pede licença, peida em público, brinca “estaparfurdialmente”, come e defeca (e como..) no lugar errado, na hora errada, enfim, contraria qualquer psicologia "pit-boyiana carioca" de criação, salvo seu comportamento peculiar. Por isso, me indagam sobre gostar mais da Xurueta. Como disse, não sei a razão. Talvez nela eu consiga enxergar “uma verdade canina” , um caráter e atitudes que não vemos por ai em qualquer pessoa, muito menos em políticos, personagens, mídias, programas televisivos, bandas de rock ..... Xurueta não puxou a mãe, não conseguiu “ser educada” pelo Pirica, não foi rebelde, não foi chata e tampouco virou um pit-bull de rinha... viva a Xana, viva a Xota.... viva o XURUETISMO !!!
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